quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Pocotização Brasileira

A pouco tempo tive meu primeiro contato com o neologismo “brasileiro pocotó” (Termo autoexplicativo e título de um livro de Luciano Pires, podcaster do Café Brasil, que já está na minha lista “Fazer antes de morrer” na coluna “Ler”) e me apaixonei pelo termo que de modo simples e direto expôs tudo o que penso dessa, atual, poluição sonora.

A culpa da “evolução” dessa “cultura” do Pocotó é nossa, da maioria que se omitiu e calou ante ao movimento que começou nos últimos anos. Me assustei ao perceber que, se somarmos todos os que são contra essa pocotização do país, temos uma maioria, sim, não somos poucos, mas nos omitimos a fim de aproveitar o que vem disso. Cada um que não se opôs não pode se considerar tão diferente dos homens e mulheres pocotó.

Analisando a situação, vemos que espertos são os organizadores dessas festas. A sociedade, hoje, está cada vez mais estressada e a moda da vez é beber pra aliviar o stress. Percebendo isso, esses espertos criam promoções: “Mulheres grátis até meia-noite com dose dupla de sei-lá-o-que”, ou pior, a ainda mais apelativa frase: “Bebida Liberada”. Somando essas promoções temos uma invasão de mulheres pocotó e pseudo-pocotós (as que se omitem e participam dessa orgia sonora e física) querendo “relaxar”. Em meio a isso tudo as pseudo-pocotós perdem seu lado pseudo, pois a muvuca é tanta e é tanta gente, já diz um amigo meu: “lá tem mais mulher que gente”; que não dá pra distinguir quem é quem naquilo. Esse mulheril atrai a massa dos homens pocotó, aqueles que curtem maltratar e só querem “pegar” mulher, e também os homens pseudo-pocotó, que também aceitam aquilo tudo, mas que não pensam tão diferente assim dos pocotó e na mesma muvuca ficam ainda mais indistinguíveis que as mulheres.

Diante disso, comecei a me questionar o que aconteceria numa realidade onde um desses públicos se conscientizasse. Exemplo: e se as mulheres estressadas se valorizassem mais e realmente se sentissem ofendidas com o barulho e buscassem lugares respeitosos com música respeitosa? Talvez os homens estressados não fossem mais para o barulho também, pois o atrativo diminuiria drasticamente, não que seja culpa das mulheres, longe disso, mas seguindo com o exemplo. Com isso o público dos espertos ficaria extremamente diminuído, ganhariam menos dinheiro e as festas diminuiriam, daí bastaria que a maioria exigisse um volume adequado ou uma acústica para esses locais. Sonhando um pouco mais alto, talvez as mulheres pocotós resolvessem também da muvuca, visto que a badalação mudou de lugar e estando na presença de mulheres que se valorizam, talvez buscassem seguir o exemplo delas. Daí os homens pocotó não teriam mais como seguir desrespeitosamente. E o mundo estaria livre da pocotização.

Maaaaas, não é tão simples assim, cada vez mais as mulheres aceitam ofensas, vejam: recentemente li um artigo no jornal de que casas de show tiveram que proibir mulheres com vestidos e saias curtas, elas estavam tirando a calcinha e arremessando. Como assim?! Sem resposta! Ao ver isso, os espertos só ofendem mais e ganham ainda mais dinheiro. E o pior nem mencionei, hoje temos uma nova tendência chegando: a pocotização infantil. Sim, agora as famílias acham “bonitinho” crianças seguindo o estilo pocotó de ser.

Povo de Deus, ainda dá tempo de mudar, mas depende de cada um, Deus não obriga ninguém a mudar. Há muito mais por aí que viver no mundo. Nós jovens já estamos nos mobilizando, mas ainda há muito o que fazer, há muito preconceito a ser vencido, por mais incrível que pareça fazer o certo é careta, pode isso?

Pocotós e pseudos Deus é mais! É bom, fiel e te ama! Tome posse disso e evite o seu apocalipse pessoal!

Vejo vocês no céu?